quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Um pouquinho sobre nossa experiência com saúde por aqui

Estou há um tempo pra fazer esse post, mas é tanta coisa que tenho pra falar e contar que fui enrolando. Já demos alguns passeios no lugar onde fica absolutamente tudo que a gente precisa pra cuidar da nossa saúde, então tenho algumas coisas pra compartilhar.

Assim que chegamos, tivemos que escolher nosso plano de saúde. Tínhamos que escolher o plano de saúde, o plano dentário e o plano de visão. Tinham inúmeras opções, várias prestadoras diferentes, vários valores diferentes e ninguém pra explicar. Great! A empresa pagava um valor x e não sei porque cargas d'água escolhemos um plano bem abaixo do que a empresa pagava (era só pensar um pouquinho, mas não estávamos entendendo absolutamente nada, foi praticamente no "minha mãe mandou eu escolher esse daqui, mas como eu sou teimoso eu escolhi esse da-qui").

As carteirinhas não chegavam nunca e nem tinham como chegar, já que estava tudo no endereço da casa que moramos por 20 dias quando chegamos. Já havíamos pedido novas, mas estavam vindo de carroça. Então o Diego ficou doente. Uma amiga alertou que não deveríamos ir na emergência e sim no urgent care, que provavelmente era só uma gripe americana, e que a gripe americana é horrível pra nós, brasileiros. Que na emergência gastaríamos muitos mil dólares e no urgent care no máximo uns quinhentos.

O Diego foi piorando, até que um dia ele ficou com uma dor de cabeça tão forte, tão forte, tão forte, que foi obrigado a procurar um médico. Não conseguíamos entender onde tinha urgent care pelo nosso plano, ele andou pra cima e pra baixo e todo mundo dizia que não existe urgent care e que ele teria que ir na emergência mesmo. Ele não aguentava mais, se rendeu e foi na emergência. Teve que pagar $200,00 na entrada. Era só uma infecção de ouvido e a dor de cabeça ia vir depois, com as "bills". Cada semana chegava uma coisa nova pelo correio, uma hora era explicando como funciona o plano, uma hora era o pagamento dos honorários do médico, outra hora era o boleto pra pagar o custo pelo uso do hospital... 

No fim essa brincadeira saiu mais de $500,00, foi menos que a amiga tinha alertado, afinal, não precisou fazer nenhum exame expecífico e nem ficar no hospital. Mas é pra gente entender bem que só se vai na emergência se estiver mor-ren-do!!!!

Em janeiro foi a vez dos meninos. Graças ao bom Deus, se é que ele existe, eles não estavam doentes. Mas precisávamos traduzir as carteirinhas de vacinação deles e a única forma que encontrei de fazer isso era levando eles no médico. Tinha também uma papelada pra preencher pra escola, então não tinha como escapar.

Aqui a coisa funciona diferente. Você sempre vai primeiro no primary physician (seria como um médico da família) e se ele achar necessário, ele te encaminha pra algum especialista. Acho isso bem importante, porque assim você tem um único histórico médico e não um monte de fichas em cada canto com cada médico diferente, que nunca conversaram entre si.

Mas então marcamos e fomos. Como não era um consultório pediatrico, não tinha brinquedinhos. As enferemeiras chamaram. Uma pegou o Pablo e outra o Lipe. Mediram a pressão, pesaram, mediram, fizeram teste de visão e fomos pra sala esperar a médica. Demorou um montão, acho que ficaram procurando alguém pra traduzir a carteirinha de vacinação.

Ela chegou, conversou com os meninos (na medida do possível, já que eles não falavam nada ainda na época), explicou sobre a necessidade de fazer o TB test, que é o teste da tuberculose (obrigatório pra entrar na escola, mesmo quem tomou vacina, já que fazemos parte do grupo de risco por termos vindo de um país de terceiro mundo), fez uma carta dizendo que eles já tiveram catapora (baseada nos laudos que eu mostrei digitalizados mesmo, porque os originais chegaram quase um mês depois), já que aqui a vacina da catapora é obrigatória, falou das vacinas e tchau.

Então veio a enfermeira injetar a substância pro TB test. Começou o escândalo. Não lembro qual dos dois levou a picada primeiro, mas gritou tanto, que o segundo já estava apavorado e gritou três vezes mais. O Pablo vomitou, o Lipe ficou totalmente magoado. 

Dali saimos com a requisição das vacinas faltantes pra entrar na escola. O Lipe tomou 4 picadas e o Pablo duas. Tivemos que segurá-los e foi horrível. Um escutava o outro chorar e tornava as coisas muito mais difíceis. Mas enfim, passou. Espero que não precise pisar lá de novo na vida.. Ops, não, pera.. a mãe também teve que ir.. assunto pro próximo post, porque esse já ficou gigante.

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