quarta-feira, 7 de junho de 2017

Beep Beep.. Carteira de motorista na California :)

E hoje finalmente passei no "behind the wheels test". Finalmente porque fazem três meses que estamos aqui (apesar de o post estar programado pra ser publicado em junho) e só agora tenho liberdade pra dirigir.

Alugamos três carros desde que chegamos, um na chegada no aeroporto, um pra passar natal e ano novo (no fim ficou praticamente estacionado na garagem todo o tempo porque o Diego ficou doente) e um pro feriado de Martin Luther King. Final de janeiro finalmente compramos o nosso. Foi mais fácil do que esperávamos, ainda estou com medo de descobrir que fizemos algo errado. Mesmo sendo um carro zero e não tendo crédito (um dia explico essa história de crédito por aqui), conseguimos um bom financiamento, com entrada baixa e parcelas baixas. As taxas de juros pra quem não tem crédito são mais altas do que pra quem já tem crédito, mas ainda assim, mais baixas que no Brasil, sem contar que o valor do carro é bem mais acessível.

Todas as vezes que alugamos carros, o Diego ficou como motorista principal, então não pude dirigir, pois meu nome não estava no seguro. Quando compramos o nosso, o Diego também não tinha licença da California, então o seguro ficou super caro. Se colocasse o meu nome junto, ia ficar caríssimo.  Aqui você precisa provar que pode arcar com as despesas em um possível acidente. O seguro mais simples aqui envolve somente danos a terceiros, seu carro que se exploda. O que importa é que você não cause prejuizos a outras pessoas. E você paga o seguro por pessoa que dirige o veículo. Não sei como fica se você emprestar seu carro, mas enfim, optamos por enrolar mais um pouco só ele dirigindo.

Como eu ando medrosa, ele fez a carteira de motorista primeiro, pra me contar como era.. Ele precisou passar no oftalmologista porque tem um problema de visão e o teste de voltante dele foi mais demorado, também por causa do problema no olho esquerdo. Ele já tinha feito o teste escrito e disse que era tranquilo e confiando nisso, fui fazer o teste sem estudar.

Pra fazer o teste escrito têm vários computadores com touch screen que você usa pra responder as perguntas em pé mesmo, sem ninguém te olhando. Você coloca o polegar no identificador e te vira. Você pode errar cinco questões, se não me engano. Você pode pular questões, mas vai ter que respondê-las no final. No final aparece a mensagem dizendo se você passou ou não.

Como eu reprovei na primeira tentativa, estudei todo o livro do código de trânsito da Califórnia e fiz os simulados disponíveis no próprio site do DMV várias vezes. Você tem a opção e fazer o teste na sua língua nativa, mas eu descobri depois que já tinha estudado o livro inteiro em Inglês. Bom, dessa vez eu passei. :)

De maneira geral, todos os funcionários do DMV (Equivalente ao Detran no Brasil) são super simpáticos e felizes trabalhando. As filas são imensas, mas eles sempre te atendem bem. Enquanto eu esperava pra marcar o teste de volante, um atendente velhinho super simpático saiu pra tomar café, na mesma velocidade que o Flecha (foto). Ri muito internamente lembrando do filme, porque ele é realmente um querido, mas andava de bengalinha bem de-va-gar.

 Na hora de marcar o teste, a moça me perguntou se eu tive carteira de motorista antes e eu respondi que não. Na minha cabeça, ela perguntou se eu tive carteira de motorista nos EUA, mas enfim, diante da minha resposta, ela colou um adesivo gigante na minha carteira provisória dizendo que eu só poderia dirigir com algum motorista habilitado, ou seja, eu só poderia dirigir com o Diego do meu lado. Se eu tivesse mencionado minha carteira no Brasil, eu poderia dirigir sozinha, pois provaria que eu já sabia dirigir.

Enfim, marquei o teste pra três semanas depois, pois queria treinar. Dirigi por 15 anos no Brasil, as regras mudam um pouco/bastante e eu também precisava me acostumar com o carro automático (sempre achei que a emoção maior de dirigir era passar a marcha, mas aqui carro com câmbio manual é raridade).

Treinei muito pouco. O fato de o Diego ter que estar do lado limitou meus treinos aos finais de semana.. Chegamos no DMV na hora marcada (Diego junto, pois eu precisava sempre de um motorista licenciado junto comigo) e ficamos uma hora na fila esperando pra fazer o teste.

Quando chegou minha vez, a avaliadora disse que o Diego deveria sair e conferiu comigo os itens de segurança no carro. Seta pra direita, seta pra esquerda, pisca-alerta, luz de freio, farol, buzina, limpador de parabrisas, farol e desembaçador. Também precisei fazer os sinais com a mão, pra direita, esquerda e parar.

Então ela entrou no carro e fomos "passear". O teste durou apenas 15 minutos, o trajeto era curto. Passamos por área residencial, escolas, faixas de pedestres, pedestres fora da faixa, cruzamentos, virei pra esquerda, virei pra direita, dei ré. Ela ia anotando e rabiscando o papel. Engraçado, faço isso há quinze anos, amo dirigir, mas ser avaliada me dava um baita frio na barriga. Ter reprovado na primeira tentativa do teste escrito me deixou apreensiva também. Quando estacionei e ela disse que fui aprovada, nossa, deu um alívio imenso (vamos desconsiderar que eu poderia cometer 15 erros leves e eu cometi 14, mas basicamente os erros eram por andar muito devagar e ser cautelosa demais nos cruzamentos e faixas de pedestres, acreditem). Finalmente posso dirigir, volto a ter a liberdade que tanto gosto, ir onde quero, na hora que quero, não depender de uber/lyft ou marido. Ufa..

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