quarta-feira, 17 de maio de 2017

Viagem da Fofinha

Lá em 2014 nós adotamos a Fofinha. O Pablo vinha pedindo um cão pequenininho e peludinho já tinha um tempo. Tinham abandonado um cãozinho no sítio do meu sogro, que ele tinha levado no pet shop pra dar um banho e o cão estava na casa dele. Eu bem o conheço, sabia que logo ele iria se desfazer do cãozinho. Ela era tão querida. Levei na nossa casa, como quem não quer nada, pra ver como o Diego reagiria. Não lembro como aconteceu, mas ela foi ficando. O Pablo nem deu mais bola pra ela, mas o Lipe de apegou de uma maneira... Mas não podemos negar, todos gostamos dela. 

Ela é uma pentelha, incomoda, afinal, é um cachorro. Mas é parte da nossa família. Sou sim mãe de um cão. Ela é uma figurinha, se deita de barriga pra cima pra ganhar carinho de qualquer um que passe perto dela. Sobe na minha cama, mas quando escuta o Diego chegar desce, porque sabe que vai levar bronca. Mentira, ela já perdeu o medo do Diego faz tempo! E sendo parte da nossa família, óbvio que ela teria que vir.

Claro que ouvimos várias pessoas dizerem que cachorro é tudo igual, que era só comprar um cachorro aqui e blá blá blá. Mas não. Além do amor do Lipe por ela, ela é ela. Ela é única. É dela que gostamos. Não é assim que funciona, compra outro que tá tudo resolvido. Mas então fui buscar informação pra traze-la.

Primeiro de tudo perguntei pra uma amiga que mora no Texas que já tinha trazido o cão dela. Ela me indicou uma empresa chamada Carga Viva. Fiz o orçamento e era o preço do meu fígado. Mais de R$5.000,00 pra trazer um cachorro???  Pqp.. comecei a pesquisar mais, outras maneiras de trazer e outras empresas. Ela poderia vir com a gente como bagagem, mas eu achei que dois filhos, um monte de mala e mais um cachorro pra dar conta não seria fácil. Sairia mais barato, claro, mas seria infinitamente mais estressante.

As outras empresas não pareciam saber o que estavam fazendo, não me passavam confiança e os orçamentos eram meio estranhos. Então, quando soubemos que as nossas passagens seriam pagas pela empresa, deu uma folguinha e voltei a conversar com a Carga Viva.

Eles fazem tudo. O cão só precisa estar com as vacinas em dia. Aliás, a da raiva é a única que eles exigem pra entrar aqui. Tirei as medidas da Fofinha umas 10 vezes e mandei pra eles. Mandei a carteirinha de vacinação dela pelo correio, junto com um atestado da veterinária dela de que ela estava bem.


Me mandaram a caixa. Um dia antes de embarcarmos o Diego deixou a Fofinha, a caixa e os documentos necessários com o vocalista da Dbregas que morava perto do aeroporto em Floripa. Na terça feira ela foi deixada no aeroporto em Floripa. Ela ficou num pet hotel em Guarulhos enquanto a empresa providenciava os últimos atestados.

Na quarta feira ela embarcaria em Guarulhos. E então a Carga Viva me liga dizendo que a cia aérea não estava aceitando a caixa dela e que eu precisava depositar R$640,00 pela caixa correta. Minha cachorra lá, longe de mim, o que eu ia fazer??? Sozinha em São Paulo! Depositei correndo. Na hora nem questionei o fato de eles terem me mandado a caixa errada.

O segundo vôo dela era pela United Airlines pra Houston, um aeroporto que tem tratamento pra pet, onde teoricamente eles são cuidados entre os vôos, onde as caixas são limpas e eles são alimentados. Teoricamente, eu teria acesso em tempo real pra ver onde ela estava. Teoricamente.

O coração já estava na mão por causa da viagem dela. Pensar na pobrezinha no bagageiro do avião, sozinha, sem entender, sem a gente, devia doer o ouvido, sei lá. E não pode dar remedio pra sedar, pois com a turbulência o animal pode se machucar se estiver sedado. Ok. O sistema da United Cargo estava fora do ar. Liguei pra Carga Viva, perguntei o que eu deveria fazer. Me orientaram a busca-la no horário combinado.

Quinta feira, onze horas da noite, um horário maravilhoso pra andar com criança dormindo de Uber (ironia mode On), eu estava lá, pra retirar a Fofinha no balcão de cargas. E o moço super simpático (de verdade) e com cara de assustado me diz: "Não, não veio nenhuma carga viva nesse vôo".

Ótimo! Ainda bem que as crianças estão dormindo e não vão se desesperar, já basta eu desesperada aqui. Então o moço querido telefona pra uma galera, até que dizem pra ele que nenhuma carga foi despachada naquele dia porque o sistema estava fora e que ela estava em Houston. Ok. Respira fuuuuundo. Em Houston tem tratamento especial pra pet.. ela deve estar assustada, mas tá alimentada e limpa. Volta pra casa. Paga uber pra voltar. Crianças dormindo no colo. Até que é melhor que o cachorro não esteja aqui, como a gente ia levar todo mundo???

No dia seguinte fomos busca-la de novo. Dessa vez ela estava lá. Tentei fazer um vídeo, mas a emoção era tão grande que no vídeo só tem chão, kakakakakakkaka. Que alívio receber ela, que alegria. Não sei quem tava mais feliz, eu, ela, o Lipe ou o Pablo.. o vídeo tá guardado.. porque dá pra sentir a emoção no áudio. Foi muito bom estar com ela de novo. Família completa. :)

Sobre a empresa Carga Viva, tive que insistir um pouco pra receber o reembolso de R$550,00 da primeira caixa que foi enviada, já que a caixa ficou com eles e estava nova (além de eu ter medido conforme orientação e eles terem me mandado aquela caixa). Também fiquei bem chateada com o tratamento com relação ao sistema fora. Eu perguntei o que deveria fazer. Eles não entraram em contato com a cia aérea pra ver se estava tudo OK. Espero não precisar do serviço deles de novo. Mas ainda assim, acho que de maneira geral, foram bons. Se realmente eu precisar novamente, vou procurá-los.

Sobre a United Cargo fiquei chateada por não terem avisado que a "carga" não seria despachada e principalmente, a Fofinha estava morrendo de fome e sede quando a pegamos.. me parece que ela ficou em Houston e não foi devidamente tratada. Mas ela está comigo e é isso que importa agora.

Sinceramente, espero não precisar transportá-la novamente, foi muito angustiante e mesmo eu tendo contratado uma empresa pra fazer o serviço, acabei me incomodando.

Fofinha com a gente, e agora? Como faz pra levar pra casa? Nem todo motorista de Uber aceita animais. Eu precisaria mandar mensagem pra avisar que tinha um pet e o motorista poderia cancelar a corrida caso não concordasse em levar animal. Fui mandar mensagem e o aplicativo não reconhecia o número, pois meu uber tava cadastrado ainda com o número do brasil, afe maria.

Sorte que tinha um motorista de Uber parado bem na frente do aeroporto e acabou nos trazendo "por fora". Nem usei o aplicativo. Todo mundo saiu ganhando. Eu paguei mais barato e ainda assim ele ganhou mais, pois não precisou dar a porcentagem do uber. Ainda viemos conversando no caminho sobre a viagem da Fofinha, a tragédia da chapecoense e mudanças.. :)

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