quarta-feira, 15 de março de 2017

E o ano longo continua se alongando..

Fomos sorteados na loteria. OK! Tinhamos lido alguns, talvez vários... Na verdade muitos blogs de pessoas que tinham passado por essa experiência. Não sei porque cargas d'água acreditamos em um um pouco mais antigo que falava que tinham sido sorteados em maio, em julho tiveram resposta e se mudaram em outubro. Sim, a informação sobre se mudar em outubro estava em vários blogs, inclusive a empresa citou o mês de outubro. Mas falando "manezês", invocamos com a ideia de que a resposta sairia em julho.

Continuamos vivendo nossa vida.. cada dia parecia uma semana, ok.. mas estávamos vivendo nossa vida.. dia 10 de maio assisti o primeiro parto humanizado como Doula.. lembro que ainda comentei com a enfermeira obstetra sobre ter sido sorteada na loteria. Na semana seguinte encontrei finalmente aquela obstetra. Ela tinha ideias maravilhosas e eu não podia dizer que não, porque eu não tinha certeza da resposta do visto. Mas me sentia uma traidora por dizer que sim.

Lembro que ela pediu pra eu conversar com uma Doula já parceira dela e mais experiente. Mandei mensagem pra essa doula, ela demorou um tempo pra me responder, mas quando conversamos ela me explicou que precisava treinar alguém pra não deixar aquela obstetra na mão, pois ela ia mudar de país. Fui obrigada a confessar, não podia embarcar naquela jornada, pois ela poderia me treinar e eu ia pular do barco praticamente junto com ela. Lembro que conversei com ela já super pra baixo porque eu tinha perdido meu vôo pro SIAParto. Ainda essa!!! Fui de ônibus mesmo pro SIAParto (12 horas de viagem, mas eu não iria perder por nada, afinal, poderia ser que eu não estivesse no Brasil no próximo). Estava chateada com as coisas dando errado...

Não falei mais com aquela obstetra e assim o tempo foi passando... Eu olhava pra cada objeto da casa e me perguntava o que ia fazer com cada um quando me mudasse... o que traria, o que deixaria, o que doaria... o Diego queria e precisava de uma cadeira decente pra trabalhar, mas não adiantava investir numa cadeira se não daria pra trazer. Não compramos mais roupas. No início do ano eu aprendi a tomar vinho e eu queria taças de vinho, mas não comprava porque não daria pra trazer.

A sensação de limbo, de banho maria, de não poder tomar decisões simples estava mos matando. E nos engordando, pois fazíamos algo pra comer duas, três vezes na semana. O que vai ser hoje? Pizza ou hamburger? Quem sabe guacamole, ou peixe, vinho, piña colada, amarula pra mim e cerveja pro Diego... Foram algumas garrafas ao longo do ano. Fora que íamos toda quinta feira comer x no Zeca (melhor caseirinha do mundo) e quase todo fim de semana íamos no Zorzi (melhor rodízio de pizzas do mundo também.. :P).

Queríamos contar pras pessoas somente quando tivesse tudo certo. Já era suficiente a nossa agonia. Não queríamos mais ninguém ansioso. As minhas amigas próximas sabiam, mas só. Família não sabia e nem a Dbregas. Então começaram a aparecer shows em outubro e novembro e o Diego teve que contar... O pessoal ficou bem chateado com a mudança, todos amavam o El Cabron, a banda era praticamente uma família.

E julho chegou... chegou dia primeiro... e todos os dias eu pensava que o Diego ia aparecer daquele mesmo jeito com a "mão de roqueiro" pra dizer que saiu o resultado... e nada.. e passou o dia primeiro, dia dois, dia sete, dia quinze... dia vinte e nada... chegou dia 31... festinha de aniversário do Pablo, o dia foi cansativo, agitado... É... Passou julho!!!! Continuamos sem resposta...

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