quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O porquê da mudança

Dizem que a vida é feita de sonhos.. quanto atingimos um, precisamos arranjar outro, se não a vida não tem sentido..

Nós vivemos em Criciúma (sul de SC) por 6 anos.. nos mudamos de volta pra Tijucas, perto de Floripa, minha terra natal e cidade onde o Diego cresceu, em 2012.. construímos nossa casa, como sempre sonhamos.. minha casa tinha piso que imitava madeira.. como eu sempre sonhei.. e uma churrasqueira de tijolinho a vista.. tinha até balanço pros meninos.. tinha um baita sofá.. que eu vivia jogada nele.. tínhamos a vida perfeita.. e normalmente nesse estágio da vida, as pessoas querem uma casa maior, um carro melhor, e adquirir mais e mais coisas.. nós não queríamos.. nossa vida estava perfeita..


Claro.. tinham alguns ajustes pra serem feitos.. meu emprego me sufocava.. mas a doulagem estava surgindo na minha vida.. mas tinha uma coisa que nos incomovada demaaaaais.. a escola do Lipe.. a escola do Lipe e as opções de escola pra ele.. o Pablo ainda estava no jardim, estava no SESC e adorávamos a metodologia do SESC.. mas em Tijucas só tínhamos opções de escola tradicionais.. daquelas em que você precisa repetir exatamente o que está no livro pra ganhar nota 10.. e claro.. o Lipe, inteligente do jeito que é, aprendeu direitinho como tirar 10 na prova.. ele sabia exatamente o que os professores queriam dele.. e ele fazia.. e era um "ótimo aluno".. ver o potencial do nosso filho e a criatividade dele sendo moldada pra ser quadradinha.. nossa.. aquilo rasgava nossa alma..

Pensávamos em mudar pra Floripa.. os ensaios da Dbregas eram em Floripa.. os shows eram em Floripa.. minha mãe e meus irmãos moravam em Floripa.. as rodas de gestante que eu participava na época também eram.. e uaaauuu.. eu poderia trabalhar como Doula em Floripa.. perfeito.. não.. não era perfeito.. alguma coisa no nosso coração não permitia que a gente fosse morar em Floripa.. olhamos muitos apartamentos.. mas muitos mesmo.. nosso coração não ficava em paz..

Um belo dia, comecinho de 2015.. depois de algum churrasco só nós dois.. ou hamburger.. não sei ao certo.. estávamos sentadinhos no degrau da garagem pro nosso gramado atrás de casa (que saudades que sinto..) e o Diego falou: "estava pensando em pedir pra trabalhar lá, o que tu acha?".. e eu não lembro exatamente como respondi.. mas lembro que me empolguei com a ideia.. claro.. lá posso ser doula.. que máaaaaaaaximo viver outra cultura.. que maravilha, principalmente, poder oferecer uma educação melhor pros nossos filhos..
E lá era aqui.. lá era na empresa que ele já trabalhava remoto há quatro anos.. rolou medo.. rolou medo de pedir e eles não toparem.. rolou medo de pedir e eles toparem.. e então pedimos.. e eles adoraram a ideia.. :)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Quem nós éramos no Brasil

Engraçado que quando fiz o primeiro post pensei em falar em quem sou.. mas quem eu sou está em construção.. mudar de país é uma loucura tão grande que tu perde completamente a tua referência.. tudo bem, continuo sendo a Carolina, esposa do Diego e Mãe do Lipe e do Pablo.. claro.. seremos assim onde formos.. e isso nos basta.. claro.. mas gente.. eu comia pão de queijo todo dia.. passava no mercado na esquina de casa e comprava.. agora pra comer um pão de queijo eu preciso ir na cidade vizinha pagar uma fortuna no mercado brasileiro.. e isso não é lamentação.. é só constatação sobre como mesmo o mais básico muda completamente..
bom.. mas vamos ao foco do post.. quem éramos no Brasil..

Vamos começar pelos meninos.. Pablo foi o que teve uma mudança menos radical. Mudou "apenas" a escola e o idioma.. Nunca foi de muitos amigos, então não foi tão tensa a mudança Continua amando jogar videogame (que compramos um aqui no dia que chegamos pra fazer a mudança mais leve) e diferente do Brasil, aqui ele gosta de ir pra escola..

Já o Lipe no Brasil fazia natação, ballet e robótica. O Lipe no Brasil era o carinha que todos queriam fazer os trabalhos em grupo com ele, afinal, ele era o "mais inteligente da sala". No ballet ele era hiper, ultra, mega admirado por muitos, afinal, tirando os olhares reprovadores, um menino fazendo ballet numa cidade pequena era sinônimo de muita coragem.. Mesmo tendo trocado de escola em abril, ele tinha amigos em ambas as escolas. Sofreu bastante com o que ficou pra trás.. Ainda sente falta dos amigos.. Mas já tem feito novos amigos por aqui..
 
O Diego trabalhava em casa, na mesma empresa que trabalha hoje, mas em casa. Ele tinha amigos do ensino médio, tinha amigos da primeira empresa que trabalhou e principalmente tinha amigos da banda. No Brasil ele era trompetista de uma banda brega, a Dbregas, e deixar a banda foi com certeza a parte mais difícil da mudança.

E eu.. aaahhhh eu.. nossa.. eu trabalhei 10 anos na distribuidora de energia de Santa Catarina.. por muitos anos eu quis sair.. eu sabia que não tinha nascido praquele emprego, pra trabalhar numa empresa pública, onde eu não pudesse crescer, onde eu não pudesse me expressar.. onde partidos políticos determinavam como as coisas funcionavam.. mas eu não sabia com o que poderia trabalhar.. então em 2014 eu fiz o curso de Doula.. e então finalmente descobri o que eu queria ser quando crescer.. do curso até eu ter coragem de sair do emprego (um emprego onde eu era concursada, o emprego dos sonhos de tanta gente.. bom.. não era o meu.. mas pesava muito eu ter o sonho de tantos na mão e querer jogar no lixo).. bom.. levei quase dois anos pra trabalhar a decisão de sair do emprego.. nesses dois anos fiz vários outros cursos na área (Educação Perinatal, Doula Pós-parto, consultoria em aleitamento materno, massagem pra gestantes) muita roda de gestante, ajudei muitas mulheres com problemas na amamentação, presenciei 3 nascimentos, acompanhei outros a distância..

No comecinho de outubro de 2016 eu me libertei e consegui sair daquele emprego sufocante.. era oficialmente a Carol Doula.. decolando na nova carreira.. e muito feliz por estar fazendo aquilo que eu tinha certaza que é meu propósito aqui nessa vida.. :)

Dia 19 de outubro chegou a resposta do visto: Aprovado!!!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Quem escreve por nós..

Oi.. tudo bem? Na verdade verdadeira, não sei como começar.. mas eu preciso começar de algum jeito.. tenho mil coisas pra contar.. mas pra fazer algum sentido eu vou começar falando um tiquinho sobre nós. Bom.. Sou a Carolina, brasileira, atualmente uma "staying at home mother" (Mãe que fica em casa, em uma tradução literal), parceira, companheira, amiga e esposa do Diego. Somos pais de dois mocinhos gente boa pra caramba, o Felipe e o Pablo. Temos trinta e poucos anos e nossos meninos tem 9 e 6 anos, respecivamente.
Eu e o Diego temos 17 anos de história juntos.. Somos casados há pouco mais que 10 anos. Somos de Santa Catarina e é engraçado como agora faz toda diferença falar que somos do Brasil e ser de Santa Catarina, aliás.. do sul do Brasil é só um detalhe.. e dizer que morávamos em Criciúma e voltamos pra Tijucas não faz o menor sentido.. mas essa é nossa história.. :)
Somos um pouco ciganos e a cada mudança que fazemos quando terminamos de largar a última coisa dentro da casa nova nós olhamos um para o outro e dizemos: "essa é a última. Daqui não saimos mais." Na verdade, depois da última, eu me prometi que não me mudo mais, a não ser de volta pro Brasil.. Mas sei que assim que tudo tiver perfeitamente no lugar, eu vou sentir aquela vontade de mudar de novo.. sou assim.. gosto de movimento..
Hoje moramos em Sunnyvale, no vale do Silício. Não, ninguém trabalha no google aqui em casa. Mas essa é nossa primeira foto de família desde que viemos pra cá.. Por acaso, foi tirada por uma brasileira que nos ouviu conversando em português e se ofereceu para fazer a foto.. Gratidão. :)
Nesse blog a ideia é falar um pouco de tudo.. como tudo começou, como foi esperar resposta, adaptação na escola, primeira vez no médico, como é dirigir por aqui, como são os mercados, restaurantes.. além de assuntos "Carolisticos" como doulagem, amamentação, feminismo, criação com apego e outros assuntos que eu me inspirar a escrever.. Espero que gostem..