Quarta-feira tínhamos tido a tarde poética do Pablo e a apresentação de final de ano do Lipe. Eu já tinha chorado litros. Na quinta-feira fui a Floripa assinar minha demissão. Nossa, senti forte que não pertencia àquele lugar. Nesse momento senti alívio! Peguei alguns documentos no centro, passei pra resolver minha previdência privada, plano de saúde e voltei pra Tijucas. A noite tive Ioga e teve chai que foi feito especialmente pra minha despedida. Chorei a aula inteirinha. Não queria deixar aquela vida pra trás...
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Na manhã de sexta-feira levei o Lipe pra escola, como ele quis. Ele ficaria até a hora do intervalo. Minha sogra avisou que não iria no aeroporto pois não queria chorar, mas foi na nossa casa. O irmão do Diego foi até a nossa casa pra dar um tchau. Meu sogro iria até o aeroporto junto da irmã do Diego, pois precisávamos de mais um porta malas. Estávamos com um carro alugado pois o nosso havia sido vendido semanas atrás (foi minha primeira dor, primeira sensação de estar desmontando minha vida).
Dei um abraço afastado na minha sogra e no meu cunhado. Eu gosto de apertar, mas eles não permitem (Engraçado foi que no dia do meu aniversário minha sogra me ligou e disse que sentia falta do meu abraço de urso). Dei um abraço no meu pai que estava com os olhos cheios de lágrimas. Naquele momento, se eu pudesse, abraçaria minha casa. Era quem, ou o que, eu mais queria abraçar naquele momento. Dei uma última olhada pra ela e chorei. Passamos na escola do Lipe e os amigos dele tinham preparado algo pra ele trazer. Também deram abraço coletivo. Chorava Diego, chorava Lipe, chorava eu. Dei um último abraço no pai, que foi até a escola pra dar tchau pro Lipe, e embarcamos todos no carro.
Não sentia a menor tristeza de deixar Tijucas pra trás. Dei uma última olhada pra Celesc de cima da ponte e me despedi, tentando não chorar muito descaradamente pra tornar as coisas mais fáceis pros meninos.
Em Floripa deixamos o carro alugado, minha mãe e a minha irmã nos pegaram e nos deram carona até o aeroporto. Meu irmão já tinha dito também que não iria no aeroporto pois não gosta de despedidas e minha cunhada tinha acabado de ter bebê, além da recuperação da cesárea, não era uma boa idéia sair de casa com um recém nascido (pausa para observar que meu primeiro sobrinho nasceu quinze dias antes de eu me mudar).
Confesso que eu esperava que alguém mais surgiria no aeroporto pra se despedir. Sei lá, alguém da Dbregas talvez. Mas que nada. Todos já estavam seguindo suas vidas. E a nossa? Estava no meio do que era e o que viria a ser.
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Todos foram embora. Entramos na sala de embarque e então no avião. Aquela emoção do avião pros meninos, preparar para decolar, o avião começou a subir... Olhei Floripa pela janela... Meu coração apertou. Apertou forte. Tive medo! Não tem mais volta. Adeus vida...